sexta-feira, 2 de julho de 2010

Desistir

Qualquer que seja o campo de batalha, não há nada de mal com 1 boa desistência. Desistir de alguém, mesmo que esse alguém nos tenha ocupado grande parte da nossa vida, é 1 arte que só 1 alma maior consegue efectuar na perfeição. Afinal, trata-se de contabilizar as perdas e os ganhos, sacudir a poeira e seguir em frente com a cabeça erguida. Renunciar nunca é dar a parte fraca; dar continuidade a 1 coisa que nunca terá sucesso, isso sim, merece comiseração.
"Dar tempo ao tempo" é o provérbio mais perigoso do mundo, porque leva muito boa gente a perder tempo com coisas que não valem a pena. Não é legítimo que se tenha medo das consequências de 1 renúncia. Uns dizem que nos devemos aguentar e que, para 1 bem maior, é necessário darmos mais 1 oportunidade. Só os mais ingénuos é que acham que a paciência vem agarrada a 1 qualquer superioridade. Bastante pior do que alguns contratempos é manter o estado das coisas até à náusea. É preciso decidir aquilo que ainda faz parte da nossa vida mas que, não tarda, vai ser posto fora. Acontece que, durante o acto de abandono vai alojar-se 1 estado de euforia que, por sua vez, dará lugar à depressão. Começa por ser 1 brisa no coração mas desenvolver-se-à num estado de fragilidade. Aí, o perigo espreita: se 1 pessoa se torna infeliz, tenderá a desistir da desistência e voltar ao que era antes.
A vida tem que estar reconstruída antes da desistência que provocou o estado depressivo. Eu sei que haverá choros, amuos e tristezas mas, passado algum tempo, não haverá paciência para estas crises de existencialismo.

6 comentários:

  1. E porque é que de repente me estou a assustar com este teu post????

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  2. Não querida, não é para assustar. Esta ideologia foi-me muito útil em 2005 e resolvi reparti-la para 1 amiga que está a sofrer.

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  3. Ahhhhh, é que de repente passaram umas quantas maluquices pela cabeça. ufaaa que alivio pá....

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  4. Ufa... que alivio mesmo!
    2005... o ano da reviravolta dos casais... o meu album de casamento tem imensos amigos des-casados!

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  5. É a vida! Por muito que queiramos um relacionamento estável e duradouro, por vezes, enganamo-nos quanto à pessoa. Essa minha amiga enganou-se redondamente. Mas, acredito que há males que vêm por bem, e sei que, apesar de des-casada (como os teus amigos)era algo que tinha de acontecer para poder encontrar a verdadeira felicidade.

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  6. Meu amor:
    Em vez do título «Desistir» deverias ter colocado «Renunciar» pois estaria mais de acordo com o texto. Tens razão e,agora, continua a ver-se que estavas certa.
    Devemos tirar «sempre algo de bom e proveitoso das dificuldades pelas quais (tivemos) de passar e das adversidades que (te) queiram atropelar.(Pensa) na roseira, que faz nascer belas rosas no meio de incómodos espinhos.(...)aqueles lírios bravos:de onde vêm? E que bela flor que eles produzem! Assim (deves) ser (tu) perante os tropeços que a vida (te) traz. Não (te atormentes,) não (deixes) aumentar dentro de (ti) as dificuldades. De dentro disso que (te) parace tão feio e tão grave nascerá para(ti) preciosa recompensa.»(J.S.Nobre)
    Beijinhos da
    Mamã

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