segunda-feira, 7 de junho de 2010

Nervos à flor da pele

Estou com o coração na boca. Normalmente lido bem com este tipo de circunstâncias mas, quando o cenário começa a ser recorrente...a minha paciência tende a esgotar-se.
Como é que me perguntam - apesar de agradecer a sinceridade e a forma directa - se amo a pessoa com quem estou?
Confesso que fiquei um pouco perplexa com a questão e, mais ainda, com a explicação que motivou a pergunta: a pessoa acha, tem um "feeling", está convencida de que não o amo. Gostar sim, crê que eu gosto, mas não amar. Porque quem ama perdoa tudo e esquece o que já aconteceu de mal.
Expliquei-lhe que era o meu temperamento e que isso não significaria não amar. O que tem de transcendente eu revoltar-me ou ficar irritada se a pessoa é desarrumada ou, se quando discute eleva o tom de voz? Estou no meu direito de não gostar de certos aspectos e debatê-los com o recalcitrante. Assim como o inverso também acontece: posso ter atitudes menos abonatórias que o fazem perder a cabeça.
E isso quer dizer que não o amo?!

5 comentários:

  1. Oh querida. Então eu devo odiar o meu marido. Porque há quantidade de vezes que eu me "passo" literalmente quando ele não arruma nada do que deve, então olha, nem sei.... O amor é como um prédio. É construído com uma série de materiais que vão dando forma, estrutura, suporte e tudo mais. De vez em quando (ou muitas vezes), essa estrutura sofre um especie de abanão, mas aguenta-se sempre, porque foi feita com bons materiais.

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  2. Obrigada Verita por me abrires os olhos. Hoje já estava a entrar numa espiral de pensamentos "What if...", a questionar se os de fora viam melhor do que nós próprios. Tens toda a razão e o que disseste fez-me lembrar uma leitura de homilia de um casamento que comparava a relação entre 2 pessoas com as fundações (sólidas, de pedra ou arenosas) das casas.

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  3. Mas se não somos iguais, se as pessoas se completam,é bom não ser o espelho do outro senão seria uma monotonia!
    Mas deves antes de mais, verificar de que lado sopra o vento!Assim é mais fácil "saborear"(...) a brisa...

    De resto, deixa a vida correr como o rio, não empurres as suas águas! O teu tempo vai chegar! São metas para te levar a bom porto!
    Abraço de luz
    MB

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  4. Questiono-me com isso: será que o meu tempo vai chegar? Será que chegarei a bom porto? Neste momento, sinto-me à deriva, quase a naufragar.

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  5. Minha querida:
    Não,não vais naufragar,mas é sempre bom que te questiones sobre isso e outras questões mais.
    Descartes já tinha a sua dúvida metódica.
    E J.S.Nobre,que sempre leio diz que«Quando quiseres medir o valor de uma pessoa,procura saber se ela cultiva a virtude da gratidão.É tão repugnante a ingratidão,que o próprio Jesus Cristo pareceu ter tido dificuldade em perdoá-la, naquele episódio da cura dos dez leprosos, de que nos fala o Evangelho...Ele curou dez. Só um voltou para dizer:«Obrigado,Senhor». Entre espantado e indignado, Jesus perguntou:»Não foram dez os que eu curei? Por que é que só tu voltaste para agradecer?»
    Ninguém deve ser ingrato.Guia-te por este exemplo e, depois,talvez tenhas resposta para várias perguntas que possas fazer a ti mesma ou que outros te façam.
    Beijinhos da
    Mamã

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