O sexo feminino é constantemente discriminado
durante os conflitos e, tal está documentado - o que é menos
conhecido é que quando as hostilidades param, a guerra não declarada às
mulheres continua durante anos sem fim.
Apesar de, oficialmente, os conflitos terminarem, a
proliferação de armas, a cultura de violência e a objetivação das
mulheres continuam.
Quase duas décadas depois do conflito nos Balcãs, centenas de mulheres
continuam a sofrer as consequências das violações e outras formas de
tortura, frequentemente cometidas ou facilitadas pelo uso de armas, sem
terem tido o acesso adequado a assistência médica, psicológica e
financeira para recuperar as suas vidas despedaçadas.
Está prestes a começar, em Nova Iorque, as negociações finais para o Tratado de Comércio de Armas.
O Mundo precisa desesperadamente de um acordo final
que assegure que, nenhum país ou negociante de armas irá vender armas,
munições ou equipamento relacionado a governos, empresas, ou grupos
armados quando existe um risco significativo de essas armas e munições serem usadas para cometer atrocidades
ou abusos violentos. Mas, como assegurar isso?
Entre os desafios para conseguir um Tratado de
Comércio de Armas eficaz encontra-se o facto de os EUA, a
Rússia, a China, o Reino-Unido e a França serem os cinco membros
permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Por isso, estão
encarregados de manter a paz e segurança internacional. Todavia, estes
cinco governos somam cerca de 70% da riqueza, proveniente do comércio de armas convencionais. Estes e
outros Estados têm negociado durante décadas na existência de controlo
global à circulação de armas e munições entre fronteiras.
As armas e munições são fornecidas a governos,
empresas e grupos armados que frequentemente as colocam nas mãos de
pessoas que aterrorizam comunidades usando os civis, mulheres, homens e
crianças, como alvo. Atacar civis em conflitos armados é um acto
deliberado considerado crime ao abrigo do direito internacional.
Alguns governos irão argumentar que atacar as
mulheres durante a guerra - incluindo através de violência sexual - é
lamentável mas inevitável devido à natureza de um conflito armado. É
exatamente esta atitude que faz os governos ignorarem a violência
cometida contra as mulheres em tempos de paz.
Juntando o insulto à agressão, apesar da resolução
do Conselho de Segurança da ONU sobre Mulheres, Paz e Segurança, é
frequentemente recusado às mulheres qualquer papel nas negociações de
paz, na monitorização do processo de desarmamento dos combatentes e na
decisão de como reconstruir a sociedade de forma a promover a resolução
pacífica dos conflitos.
Há bastante tempo que é reconhecido que estes
crimes podem ser reduzidos se forem retiradas as ferramentas usadas
pelos perpetuadores para cometer ou facilitar a violência. Um Tratado de
Comércio de Armas internacional forte e eficaz será um passo bastante
importante para o conseguir.
As mulheres em todo o Mundo precisam de saber que
os governos não irão pôr o lucro à frente da segurança humana ao
permitirem que as armas cheguem às mãos daqueles que as usarão para
cometer crimes de guerra, crimes contra a humanidade, genocídio ou
outras violações graves de direitos humanos.
Parece ser tão simples. Parece ser tão correto. Mas, será que vão conseguir?
Na verdade, tudo parece demasiado simples, mas os interesses económicos desses mesmo 5 países é quem ditam as políticas.
ResponderExcluirO capital tem demasiado poder a nível mundia e, neste momento, ditam como nunca antes os nossos destinos... uma cambada...
Gostei da tua abordagem´, produziste uma boa anélise do tema.
Marte, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Minha querida:
ResponderExcluirEsperemos que sim.Vamos colocar este problema nas mãos de Deus.A ambição é muito poderosa,tu sabes.Conheces isto? «O dinheiro é tão bonito,tão bonito, o maganão! Tem tanta graça o maldito como tem chiste, o ladrão».
De qualquer forma,fizeste muito bem em chamar à atenção para um problema que diz respeito a toda a Humanidade.
Beijinhos da
Mamã
Marte, minha querida amiga, tem um bom resto de domingo e uma boa semana.
ResponderExcluirBeijo.